A Secretaria de Saúde contabiliza que há quase três mil portadores de HIV em Alagoas. Os números foram divulgados nesta terça-feira (14), durante o seminário ‘Mudando Atitudes’, promovido pelo programa DST/AIDS. O evento ocorreu no espaço cultural da Universidade Federal de Alagoas, na Praça Sinimbu, e contou com a presença de vários educadores que discutiram, ao longo do encontro, propostas de alertar os jovens sobre os riscos de contrair o vírus. Embora sujeito à revisão, já que os registros de 2.783 casos correspondem até o mês junho de 2009, a palestrante Francisca Rodrigues alertou que o dado é alarmante e requer uma mudança de visão sobre a doença. “Hoje não existe mais o grupo de risco. Não há idade, sexo ou condição financeira que determine quem tem sido mais vulnerável. Todos são”, explicou.
De acordo com Rodrigues, que atua diretamente no programa, o coquetel contra o desenvolvimento do vírus continua sendo distribuído e tem trazido bons resultados. “Cada pessoa que tem HIV faz um tratamento específico cujas substancias do coquetel variam de acordo com o organismo de cada um”, esclareceu.
Francisca Rodrigues informou, ainda, que não há incidências específicas quanto ao desenvolvimento da AIDS no portador do HIV. “A pessoa pode viver muito tempo sem desenvolver a doença. Um exemplo é uma senhora daqui de Alagoas que descobriu ter o vírus aos 54. Hoje ela tem 72 anos e continua muito bem, tomando o coquetel e sem a manifestação do vírus”, citou.
O evento A palestrante também alerta que a ‘mudança de atitude’ não deve ser apenas no modo de encarar a doença, mas na orientação dada aos jovens para que o vírus seja evitado. “A ideia do evento é justamente esta: passar aos professores orientações para servir de apoio a estudantes de escola pública. Sabemos que a orientação começa na família, mas muitos pais têm preconceito porque acham que os filhos são muitos novos”, comentou. “O resultado é que estes jovens acabam buscando informações com desconhecidos”.
Para a palestrante, uma atenção redobrada na escola também é muito importante. “Além de orientar, deve haver reuniões com pais, e até a inclusão de máquinas para retirada de camisinha nas escolas”, defendeu. O seminário foi aberto com uma apresentação de dança afro, seguida pela palestra do Panoram da AIDS em Alagoas.
Durante esta tarde, o evento tem ainda programado um debate, a apresentação da companhia teatral SOS Sorriso, com a cena ‘Purpurina na terra do cangaço’, feita por alunos de escolas públicas. Por último haverá uma roda de discussão sobre Diversidade na Educação e um debate. (Foto: Adelaide Nogueira)
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