A epidemia de aids tornou-se uma realidade para mulheres brasileiras desde 1980, quando ocorreram as primeiras notificações. Entretanto, para as mulheres ela sempre foi menos visível do que para os homens. No início da década de 90, com o crescimento do número de casos de aids na população feminina, em vários lugares do mundo e, também, no Brasil, juntamente com o aumento dos casos de transmissão materno-infantil do HIV - transmissão vertical -, a temática da feminização da epidemia surge como ponto de discussão para ativistas, pesquisadores/as, e técnicos/as do setor da saúde.
No Estado de São Paulo, embora ainda haja um maior número de pessoas do sexo masculino notificadas com aids, é maior a velocidade de crescimento da epidemia entre as mulheres. Constata-se o impacto da epidemia nas mulheres, pela redução da relação masculino/feminino (proporção de casos notificados em homens e mulheres), que passou de 27 homens para cada uma mulher em 1984, para 2/1, a partir de 1996.
O aumento do número de casos em mulheres trouxe, como conseqüência, um maior número de casos em crianças por transmissão vertical. A obrigatoriedade do oferecimento do teste anti-HIV no pré-natal, a partir de 1994, e a introdução da quimioprofilaxia com antiretrovirais na gestação, parto e primeiras semanas de vida do bebê, tem feito cair, progressivamente, o número de crianças infectadas pelo HIV.
Em estudo realizado entre 1983 a 1992, verificou-se que a principal forma de transmissão do HIV, entre mulheres notificadas em São Paulo, era a prática heterossexual e dessas 43,8% relatavam parceria sexual única no momento do diagnóstico e 37,2% foram identificadas como "donas de casa".
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