Identificou-se que o número de doentes com acesso ao tratamento cresceu dez vezes nos últimos cinco anos, chegando a seis milhões de pessoas atualmente. No entanto, ainda existem dez milhões de pessoas infectadas que não têm acesso aos medicamentos necessários nos países de baixos e médios recursos. Um dos objetivos chave nessa luta é "reduzir os custos da produção e preço de venda dos tratamentos retrovirais”, afirmou o ministro de saúde do México, José Córdova Villalobos.
A declaração propõe também eliminar, até 2015, o contágio da AIDS da mãe para o bebê na gestação e redobrar os esforços da prevenção nos setores sociais mais vulneráveis. Além disso, pretende-se restabelecer as cifras de financiamento internacional, as quais foram inferiores em 2010 em relação ao ano de 2009.
Os cerca de 20 chefes de Estado presentes no evento afirmaram a importância de investir nos jovens como líderes, animando-os a participar plenamente no combate à disseminação do vírus HIV. Para o diretor executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre AIDS (Onusida), Michel Sidibé, será possível estabelecer um novo programa para o futuro, se "também conseguirmos que os jovens participem de forma ativa na liderança desse movimento social em torno da AIDS”. Para Ban Ki-Moon, secretário geral das Nações Unidas, é possível conseguir que o número de mortes relacionadas ao VIH e os novos casos de infecção pelo vírus cheguem à zero. "Pode ser que nossos esforços pareçam ambiciosos, mas podemos conseguir se permanecermos unidos”, afirmou. O secretario estabeleceu um prazo de dez anos para erradicar a epidemia.
Segundo números da ONU, a AIDS está relativamente estável na América Latina com poucas mudanças nos últimos anos. Houve, ainda, uma leve queda na estimativa do número de pessoas infectadas em 2009, que ficou 92 mil, em comparação com 2001, no qual se registrou 99 mil casos. No mundo, 33 milhões de pessoas são atingidas pela AIDS.
AvaliaçõesA ONG Act Up Paris y Aides lançou comunicado, no qual pede que este novo compromisso seja efetivado com medidas imediatas. Afirmou ainda a necessidade de por fim ao congelamento dos financiamentos, em âmbito internacional, na luta contra a AIDS.O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, que esteve presente em Nova Iorque, classificou a declaração como "um bom documento”, pois oferece resposta à maioria das preocupações dos países da América Latina. Ele destacou a questão da patente dos medicamentos e afirmou que nenhum acordo comercial deve impedir que os países adotem medidas para proteger a saúde pública.
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