Os números deste ano são discretamente maiores. De janeiro a julho, a média passou para 35 testes rápidos mensais.Dos pacientes que realizaram os exames, 60,5% são do sexo masculino e 29,5% têm entre 18 e 45 anos. "É um direito da população ter acesso aos exames e sua sorologia", afirma a coordenadora do Centro de Referência e Tratamento (Cocert) da SMS, Maria José Muglia. Os testes rápidos são oferecidos pelo Governo do Estado e repassados à SMS, que administra o serviço. A coordenadora destaca que antes da coleta do material, os pacientes são submetidos a um aconselhamento com enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais. É neste momento que a equipe e o paciente definem o procedimento que será realizado. Isto porque os profissionais são treinados para identificar quando a pessoa pode ter sido . "Se ela faz sexo desprotegido, não usa preservativo e torna isso uma prática,tem potencial para contrair uma DST (Doença Sexualmente Transmissível)", enfatiza a coordenadora. Neste caso, outras doenças devem ser investigadas, como as hepatites B e C e a sífilis. Outro caso que deve ser bem avaliado antes dos exames é a data em que o paciente pode ter se contaminado."Para diagnosticar o HIV, existe uma janela sorológica de 90 dias. É por isso que, na conversa, acabamos detectando quando a pessoa se expôs ao vírus". Em caso de presença do HIV,os pacientes são submetidos a tratamentos com medicamentos antirretrovirais,durante 28 dias. Após seis semanas, os testes são refeitos, assim como depois de três e seis meses. Todo o procedimento é acompanhado por um médico, por conta dos efeitos colaterais. Os mais comuns são náuseas,enjôos e indisposição. Os testes podem ser feitos no Centro de Testagem e Aconselhamento Sorológico (CTA), que fica na Rua Silva Jardim, 94, na, em Santos.
ACIDENTES BIOLÓGICOS
Profissionais como manicures, pedicures, tatuadores e pessoas ligadas à área da saúde que lidam com equipamentos cortantes também têm uma alternativa para eliminar a dúvida da presença do vírus HIV. Se, mesmo com o uso de itens de proteção individual, o profissional cogitar a hipótese de contaminação, o Centro de Referência em Aids (Craids) é o lugar indicado para a sorologia. O Craids atende no mesmo prédio do CTA. Lá, a orientação é feita com enfermeiras, que encaminham o paciente para os testes. "É importante que a fonte de contágio (a pessoa cujo sangue o profissional teve contato) também seja levada ao Centro para que se identifiquem as possibilidades de transmissão". Vítimas de abuso sexual também são diretamente encaminhadas para a realização dos exames sorológicos. A coordenadora Hospitalar de Saúde da Mulher, Janice da Silva Santos,caracteriza a violência sexual como a forma de contágio que mais resulta em mortes. Desde 2002, 380 casos foram contabilizados na Cidade. Destes, dois evoluíram para HIV positivo e os infectados foram encaminhados para o tratamento com antirretrovirais. "De 2005 até hoje,não registramos nenhum caso de contaminação desses pacientes". Crianças e adolescentes lideram o ranking dos abusados, com 52% dos casos. Em 90% das ocorrências, os agressores são conhecidos e em70%,estão em casa. Janice atribui a redução dos casos de violência sexual às denúncias de parentes e vizinhos. "A violência era silenciosa e hoje não é mais".
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