Entidades se encontram com governo para discutir Aids


Entidades e pesquisadores que trabalham com Aids no país apresentarem, nesta terça-feira (4), ao ministro Alexandre Padilha (Saúde) cinco pontos que consideram cruciais para combater a epidemia da doença no Brasil. O encontro, organizado pelo próprio ministro, ocorre após uma onda de críticas de que o governo teria relaxado no controle da doença. Em agosto, 14 instituições e 54 pesquisadores lançaram um manifesto em que apontavam aumento de casos e mortes pela doença. Segundo Terto Junior, os pontos apresentados foram: 1) A necessidade de reconhecer que há uma epidemia crescente da doença no país e que não há a estabilidade que os números do Ministério da Saúde indicam; 2) A importância de não ter mais censura em campanhas, principalmente as focadas em gays, profissionais do sexo, usuários de drogas e presos; 3) A necessidade de melhorar a aplicação de recursos públicos em ONGs que trabalham a doença e, assim, evitar que fechem; 4) Reverter o fechamento de leitos do SUS direcionados ao controle da doença; e 5) Discutir a incorporação de novas tecnologias de prevenção.
"Não fomos pedir respostas, mas apresentar pontos para um diálogo mais qualificado", diz Veriano Terto Junior, da Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids). O encontro, continua, "é um reconhecimento de que os problemas existem e não são de fácil solução".

Segundo Terto Junior, os pontos apresentados foram: 1) A necessidade de reconhecer que há uma epidemia crescente da doença no país e que não há a estabilidade que os números do Ministério da Saúde indicam; 2) A importância de não ter mais censura em campanhas, principalmente as focadas em gays, profissionais do sexo, usuários de drogas e presos; 3) A necessidade de melhorar a aplicação de recursos públicos em ONGs que trabalham a doença e, assim, evitar que fechem; 4) Reverter o fechamento de leitos do SUS direcionados ao controle da doença; e 5) Discutir a incorporação de novas tecnologias de prevenção.
O representante da Abia diz que, na conversa, o ministério listou as medidas adotadas pelo governo, mas reconheceu que ainda há "muito o que se fazer". Sobre a discordância dos números (que indicam estabilidade ou crescimento da doença), o ministério reconheceu que há disparidades regionais e entre os grupos, o que aponta para a necessidade de ações diferenciadas.
O ministro ouviu os argumentos de que não é aceitável festejar uma epidemia (possivelmente) controlada em patamares elevados.
"Acho que eles reconheceram que existem pelo menos duas versões [dos números] da epidemia. Mas que, crescendo ou não, é inaceitável dizer que estabilizar é bom", explica Vera Paiva, do Núcleo de Estudos para a Prevenção da Aids (USP).
"Num país com a história que temos, não é bom ter uma situação descontrolada entre homossexuais, ou uma taxa de transmissão vertical [mãe-bebê] que poderia ser zero e não é."
Os cinco pontos foram discutidos na semana passada, durante o 9º Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, em São Paulo.
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