Chinyere Okoro e sua equipe do Instituto Wellcome Trust Sanger, no Reino Unido, conseguiram agora sequenciar o DNA de várias amostras de iNTS coletadas na África. Isto tornou possível mapear a origem genética dessas bactérias, determinando sua "árvore familiar" conforme elas se espalhavam pelo continente.
Uma primeira cepa surgiu no Malaui, no sudeste da África, nos anos 1960, e levou cerca de 10 anos para se espalhar pela África Central. Contudo, a partir dos anos 1980, essa linhagem parece ter sido substituída por uma segunda cepa, esta resistente ao cloranfenicol, o antibiótico usado para tratar as infecções da primeira bactéria.
Contaminação de pessoa para pessoa
Tanto a época quanto a localização dos surtos iniciais de iNTS coincidem largamente com a epidemia de HIV que atinge o continente. A epidemia só não adquiriu proporções ainda mais graves porque a iNTS afeta sobretudo crianças, que praticamente não viajam - o HIV, por sua vez, espalhou-se largamente acompanhando o trânsito de adultos em viagem.
Segundo os pesquisadores, este é mais um caso de bactérias que tiram vantagem adaptando-se ao ser humano, como já ocorrera com outra Salmonella, que causa a febre tifoide.
No caso da febre tifoide, a adaptação foi tão grande que agora a doença já pode ser adquirida de outra pessoa, em vez de depender de uma contaminação no ambiente.
Se a suspeita estiver correta, a iNTS brevemente poderá ser transmitida de pessoa para pessoa, gerando um problema de saúde ainda mais grave
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