Porto Alegre sediou, de 25 a 27 de outubro, dois grandes encontros de conscientização sobre o vírus HIV e a Aids. A Assembleia Nacional da Pastoral de DST/Aids e o XI Seminário Nacional de Prevenção ao HIV aconteceram, simultaneamente, nas dependências do Convento dos Capuchinhos. Além de eleger a nova diretoria responsável pela gestão nos próximos três anos, dom Eugênio Rixen, bispo de Goiás e bispo referencial da Comissão Episcopal da Pastoral da Aids, frei Luiz Carlos Lunardi, assessor nacional, e frei José Bernardi, secretário executivo, estiveram reunidos com os representantes da pastoral nos diferentes Regionais da CNBB para avaliar as ações executadas e traçar novos objetivos.
Dom Eugênio Rixen lembrou que, na linha da compaixão, a motivação dos agentes da Pastoral de DST/Aids é a misericórdia relatada na parábola do bom samaritano. “Queremos colaborar na luta contra essa doença que ainda dá limite à vida das pessoas. É um serviço que nós fazemos com muitas outras organizações públicas (federais, estaduais e municipais)”, relatou dom Rixen. Ele acompanha de perto os trabalhos da Pastoral de DST/Aids desde o surgimento dela em 1999 − ainda que, oficialmente, como bispo referencial seja a partir de 2002. Uma de suas preocupações é o “caminhar dentro da Igreja sempre em diálogo com os diferentes rostos da sociedade”.
No triênio 2011-2013 a Pastoral de DST/Aids teve mais de 3,8 milhões de pessoas atingidas por suas ações e mais de 20 mil soropositivos acompanhados. Entre as atividades, o trabalho de reinserção ainda é forte, mas hoje o foco da pastoral está mais voltado para a difusão da necessidade de fazer o teste do HIV o quanto antes. O diagnóstico precoce facilita o tratamento e ajuda a superar o custo elevado para o sistema de saúde, além de ser uma prioridade para tentar frear a expressiva taxa de óbitos em decorrência da confirmação tardia. A capital gaúcha foi palco do encontro não por acaso. O Rio Grande do Sul ocupa a alarmante primeira posição absoluta na quantidade de casos da doença, com predomínio para a região metropolitana de Porto Alegre.
Conscientização para combater a rejeição A frase que mais se ouviu durante os dois eventos diz respeito àquilo que os agentes de pastoral sentem na prática, diante das realidades discrepantes em todo o Brasil. “As instâncias públicas precisam da Igreja porque a Igreja chega onde ninguém chega”, reiteraram os participantes dos diferentes Regionais da CNBB. O bispo referencial também comentou a rejeição sofrida por quem tem o vírus HIV, seja em meio à sociedade ou ainda em alguns setores da Igreja. “Ainda continua essa rejeição, mas já diminuiu muito graças a esse trabalho de conscientização. Jesus sempre esteve perto dos pequenos, dos pobres e dos mais humildes”, exaltou o bispo de Goiás.
Nós acreditamos que a vida nasce da morte. Então, um vírus de morte pode se tornar um vírus de vida quando a pessoa redescobre uma nova esperança”, disse dom Eugênio Rixen sobre a atitude que todos devem ter ao acolher pessoas soropositivas e com Aids. “O diferente não deve ser visto como ameaça, mas como riqueza. É isso o que Jesus nos pede, menos legalismo e mais misericórdia”, finalizou dom Rixen fazendo um apelo à consciência de todos, mas especialmente a dos cristãos.
Ações diversificadas e nenhum conflito quanto à prevenção A Pastoral de DST/Aids tem assumido várias frentes de trabalho na superação dos grandes entraves da luta contra a doença. Conforme aponta o frei gaúcho Luiz Carlos Lunardi, principalmente em relação “à prevenção, a como orientar, qualificar e levar uma mensagem que faça com que as pessoas possam adequar o seu comportamento a um comportamento seguro, impedindo que haja novas contaminações”. Para o assessor nacional, a Aids é uma doença delicada, porém deve ser encarada como qualquer outra.
Frei Lunardi credita o respeito que a pastoral tem junto à sociedade ao trabalho realizado sem preconceito, sem estigma, de uma forma incondicional e aberta com as pessoas soropositivas ou com Aids. “A intenção e o objetivo da pastoral é a defesa da vida. Portanto, toda pessoa, independentemente de sua religião ou orientação sexual, precisa desse acolhimento”, comentou o religioso que destacou ainda uma prerrogativa da orientação nacional da Pastoral de DST/Aids. “Ela tem que ter nos quadros de direção pessoas com o vírus HIV”, afirmou frei Lunardi, ressaltando que os agentes têm dado uma maravilhosa contribuição como cristãos dentro da pastoral.
O assessor nacional comenta que o serviço da Pastoral de DST/Aids, por ser complementar ao do sistema de saúde, não gera nenhum tipo de conflito, por exemplo, para dentro das próprias diretrizes observadas em meio à Igreja Católica. Isto porque, de acordo com o religioso franciscano, a missão da Igreja e dos Cristãos é defender e cuidar da vida, enquanto o uso do preservativo é um instrumento de saúde pública que está fazendo o seu papel. Frei Lunardi esclarece, “uma epidemia tão diversificada também haverá de ter formas diversificadas de prevenção. Agora, é claro, não é papel da Pastoral da Aids, nem da Igreja, disponibilizar preservativo. Isso é um instrumento da rede de saúde que, ao disponibilizar, tem toda uma orientação”.
Coordenação da Pastoral de DST/Aids após a Assembleia Nacional Eletiva
Regional Norte 1 – Ir. Maria Irene Tondin
Regional Norte 2 – Adalgisa Maria Saraiva Teixeira
Regional Norte 3 – Diácono Clodoaldo Carvalho Lopes
Regional Noroeste – Lucimar Teixeira
Regional Sul 1 – Pe. Mauro Sérgio Marçal
Regional Sul 2 – Evódia Koerich
Regional Sul 3 – Diego Joel Schuh
Regional Centro-Oeste – Ir. Margaret Mary Hosty
Regional Oeste 2 – Afrânio de Paula Padilha
Regional Leste 1 – Ana Carolina Barbosa de Souza
Regional Leste 2 – Raimundo José da Costa
Regional Nordeste 1 – Ronildo Alves de Oliveira
Regional Nordeste 2 – Lindolfo Gomes Cabral Neto
Regional Nordeste 3 – Rodrigo de Lima Capistrano
Regional Nordeste 5 – Ir. Helvídia Silva Barros
Secretário Executivo – Frei José Bernardi
Assessor Nacional – Frei Luiz Carlos Lunardi
Bispo Presidente – Dom Eugênio Rixen
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