A falha em fornecer serviços adequados a essas
pessoas ameaça o progresso global na resposta ao vírus, alerta a OMS. Esses
grupos, segundo a organização, apresentam alto risco e maior chance de
contrair o HIV, em função da maior vulnerabilidade para o vírus, do
estigma e da discriminação. Allém disso, têm mais dificuldade em
acessar os serviços de saúde e, por isso, merecem uma atenção especial.
Segundo Gottfried Hirnshall , diretor do departamento de
HIV da OMS, “um transexual tem 50% de chance a mais de contrair o HIV e um
homossexual, 13% a a mais comparando-os à população em geral.
"Se não focarmos nossas ações de prevenção, tratamento e diagnóstico
para esses grupos não vamos atingir nossa meta de acabar com a doença até
2030”, disse Gottfried Hirnshall.
De acordo com Rachel Baggaley, coordenadora de Prevenção
e Populações-Chave para o HIV da OMS, a elaboração do guia envolveu a
participação de representantes de cada uma das populações. Ela também
contou que a edição foi feita em tempo recorde, em nove meses, entre
outubro de 2013 e julho de 2014.
Guia recomenda PrEP
como ação preventiva complementar para os HSH
Outra novidade presente nesta publicação é a recomendação
da profilaxia pré-exposição (PrEP) para os homens que fazem sexo com outros
homens. Segundo Gottfried Hirnshall, com isso, OMS está acrescentando mais
uma opção ao pacote preventivo na luta contra a epidemia, junto ao uso de
camisinha e do gel lubrificante. O diretor comparou a recomendação da Prep
aos métodos preventivos para evitar a gravidez como a camisinha,
anticoncepcionais e pílulas do dia seguinte. “As pessoas escolhem o que
usar de acordo com o momento de sua vida. Não estamos recomendando apenas a
Prep enfatizou Hirnshal.
Segundo Fábio Mesquita, diretor do Departamento DST, Aids
e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, não há como negar as evidências
das pesquisas mundiais da PrEP como prevenção adicional entre os HSH. “No
Brasil e em outros países o desafio é implantar essas medidas nos serviços
de saúde”, doisse Fábio.
A incorporação e a implantação das recomendações do guia
pelos países e serviços de saúde são desafios novos da luta contra a aids.
“O guia é apenas um gatilho para mudanças em nível global e nacional, agora
é preciso envolver os profissionais da saúde e as populações”, afirmou
Rachel Baggale.
Ed Ngokisin, representante da Global Network of People
Linving with HIV (GNP+|) da Tailândia, disse que é preciso adaptar a
linguagem do guia para que as pessoas se apropriem dele e exijam mudanças
em seus países. “Amanhã faremos um treinamento no Global Village (espaço
destinado às ONGs na conferência) para divulgar o manual.”
OMS recomenda
Naloxona para evitar overdose
Outra novidade do Guia é a recomendação do uso de
naloxona, um antídoto para opiáceos capaz de evitar a morte de
usuários de drogas injetáveis (UDI). Estudos mostram que 60% das mortes por
overdose são testemunhadas por outras pessoas. Segundo o médico Philip
Read, coordenador do Kirketon Road Center, um serviço de saúde voltado para
usuários de droga em Sydney, o uso da Naloxona é barato, de fácil
administração e capaz de evitar muitas mortes entre essa população-chave.
Marina Pecoraro, de
Melbourne (Austrália)
A Agência de Notícias da
Aids cobre a Conferência na Austrália com o apoio do Departamento de DST,
Aids e Hepatites Virais e do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo
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